Faltando apenas 11 dias para o fim de seu mandato, o então prefeito de Ji-Paraná, Isau Fonseca, realizou uma contratação às pressas, destinando R$ 2 milhões do Fundo Municipal de Saúde para uma empresa de Salvador/BA. O contrato, firmado com a Editora Camano SA LTDA, previa a aquisição de livros e kits de saúde bucal, e foi concluído em tempo recorde.
De acordo com documentos obtidos pelo portal Fronteira, o processo, que normalmente pode levar meses, foi realizado em apenas 7 dias. A prefeitura aderiu à Ata de Registro de Preços (ARP) do município de Planaltina/GO no dia 21 de dezembro. Dois dias depois, em 23 de dezembro, foi emitida a nota de empenho, e em 26 de dezembro, o material já havia sido entregue, conforme relatório fotográfico. O pagamento integral foi realizado em 27 de dezembro, apenas 4 dias antes de Isau deixar a prefeitura.
Rapidez Suspeita e Recursos do SUS
A agilidade incomum do processo levantou questionamentos, especialmente por ocorrer nos últimos dias de mandato e envolver recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Do total, R$ 1 milhão veio do Governo Federal e R$ 998.504,00 do Governo do Estado.
A Editora Camano SA LTDA já esteve envolvida em suspeitas de irregularidades. Em outubro de 2024, o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE/PE) suspendeu um contrato de R$ 2,6 milhões firmado entre a empresa e a prefeitura de Buíque, também para a aquisição de livros e kits de saúde bucal.
Crise na Saúde de Ji-Paraná
Enquanto recursos milionários foram destinados à contratação, a saúde pública de Ji-Paraná enfrenta uma grave crise. A prefeitura tem dependido de doações de medicamentos e equipamentos de empresários locais e prefeituras vizinhas.
O prefeito de Cacoal, Adailton Furia, enviou uma ambulância com medicamentos que ficará na cidade por 30 dias. Outros municípios, como Machadinho d’Oeste e Cujubim, também contribuíram com remessas de medicamentos. Empresas como RD Farma, Lions Club e Gabri Materiais Médicos doaram insumos essenciais, como dipirona, soro fisiológico, álcool em gel e máscaras.
Segundo o atual prefeito, Affonso Cândido, essas doações são um alívio temporário até que novas licitações sejam realizadas para adquirir insumos de forma regular.
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